É disso que eu tô falando! Poder feminino carai.
Ontem meu dia tava nada bom, até ouvir esse som.
A linda da Lívia Cruz veio pesadíssima em resposta a "Quem tava lá"
do Costa Gold com Marechal e Luccas Carlos.
"Isso não é uma diss, é meu direito de resposta".
Exatamente, quem fala o que quer, escuta o que não quer, correto?
Em meio à tantas letras machistas por aí, a Lívia soube responder melhor do que ninguém.
Na Era da Diss, essa tem uma importância que vai além, pois mais do que uma provocação aos meninos do Costa, esse som é um desabafo feminino, um grito de liberdade de todas as minas que se calaram no meio machista do Rap até hoje. Seu discurso é de uma verdadeira feminista, que com consciência não está atrás de disputa e sim de igualdade.
Na mesma pegada que o Marecha, ela veio contando basicamente tudo o que trilhou no Rap, de ano em ano.
Enquanto de um lado ele lembra de uma época em que não tinha microfone, a Lívia conta que em 98 já fazia som sem beat lá em Recife.
A influência do tio foi tão grande, que na parte "sem essa de cap, de jaco, eu to no kit..." ela arriscou até um flow no estilo Quinto Andar como o dele na parte "virava os under mais sujo, até acender a luz e mandar eu parar..." .
https://www.youtube.com/watch?v=hx1833xDJrQ Vale a pena ouvir de novo.
Citando outras mulheres como Lady Rap, Kalyne Lima e Nega Gizza, que fazem parte da história, ela fala da grande luta que é para entrar e acima de tudo permanecer num movimento que sempre foi bem masculino. E mostra que as minas podem fazer mais que refrões, muito mais.
Nomes importantes da Brutal Crew como DJ Babão, Iky Castilho e Aori, também aparecem nesse som, exaltando o fortalecimento dos amigos cariocas em sua caminhada, um ano após ela ter se mudado para São Paulo.
Em quase 5 minutos, a Lívia teve muita coisa pra falar e assim não desperdiçou nenhum verso, soltando várias punch lines. A persistência para continuar no Rap, é um fato marcante de quem sofreu pela falta de apoio, principalmente quando engravidou.
Ela cita também a mix "Rotação 33" do mestre Kl Jay que é uma raridade: https://www.youtube.com/watch?v=3S96ZaxAYuQ
"O Rap tá virando piquenique de filha da puta, buceta e de brinde sífilis."
Depois desse verso tão criticado que o Nog lançou,
"Eu vim pra invadir o seu piquenique, botar no espetinho essas suas little dick" é uma zoeira necessária, em resposta a ele e a todos que chamam as minas de vadias o tempo todo.
Tá mais que na hora de respeitar as tias, viu? Pois "noiz tava lá" bem antes de vocês e mais do que carne, as minas tem conteúdo!
O refrão no final é uma versão do clássico "Oh La la la" do The Fugges e ficou bom a vera. Lembrei da época underground de "Hip Hop Sanduba" na favela do Arará, em que os amigos relíquias também fizeram uma versão dessa música.
Ê nostalgia! Pode perguntar pra Negra Rê, eu tava lá.
Obrigada Lívia, você é xota!
Esqueci de citar que você e a Sweet me inspiraram no texto que fiz sobre "Quem tava lá".
Bom ver que a revolta veio em forma de música também.
"Tamo juntas" !
Espero por mais sons assim.
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