domingo, 27 de novembro de 2016

Rashid - Primeira Diss




Já disse que tá rolando a Era da Diss? 
Pois bem, pode ser o encerramento dela. 
No meio dessa terra de ego (o famoso mundinho Rap), 
o Rashid lançou essa inusitada: Diss pra ele mesmo.
De início pode parecer estranho e perturbador, mas acima de tudo é genial.
Uma aula de autoconfiança e humildade no maior talento.
Assim ele conseguiu aniquilar todos os mc's e deixou os haters mordidos.
Bobo ele nunca foi, com essa ele reviveu a veia que tinha lá nos duelos de mc's, antes mesmo de entrar para o Rap Game.
É claro que a primeira coisa que me veio na cabeça quando escutei o som, foi o Eminem no 8 Mile.
O clássico filme da Rua das Iusões já foi e continua sendo uma referência e tanto pro Rap BR.

Mas foi outro filme que se passou na minha cabeça... era início de 2011 quando convidei o Rashid juntamente com o Projota para cantar na oitava edição da Xarpi. E no mesmo ano, já em formato de festival, eles voltaram na comemoração de 1 ano da festa. 
De lá pra cá, muitas coisas mudaram, mas eu não me esqueço do primeiro som que ouvi dos dois quando fui dar um rolé jovem em São Paulo. "Lauzane" era a trilha sonora, aquela que a gente põe no repeat 800 vezes. E depois vieram os love songs que marcaram demais, assim como os 3 Temores. Do trio, sabemos que o Rashid é o que menos se popularizou, mas sempre se manteve forte na cena. 

Andam dizendo por aí que o Nocivo vai responder essa diss...
Zoeiras à parte, por mais que as disses sejam degradantes, tenho visto grande importância em cada uma delas. 
Por trás de todas há uma boa causa. 
E lembrem- se que a moeda sempre terá dois lados. 

Cypher "Machocídio" - Sara Donato, Luana Hansen, Souto MC, Issa Paz




Na era do chyper e da diss, essa veio como uma rajada de resPeito.
Sara Donato, Luana Hansen, Souto MC e Issa Paz conseguiram falar tudo e mais um pouco do que há bastante tempo estava entalado na garganta de qualquer mina do Rap, ou deveria estar.
Nesse som elas ultrapassaram qualquer expectativa. Todas quebraram na ideia e não economizaram frases de efeito. O nível é alto tanto na letra quanto no flow. E tenho que dizer que isso me encheu de orgulho, pois eu canso de ouvir som fraco e nunca me atrevo em dizer que é bom, só porque foi feito por outra mulher.
Aliás, preciso deixar bem claro aqui também, que só posto o que eu acho bom ou relevante na cena, sem essa de pelar saco de conhecido, por tanto que desse chyper eu só estava ligada na Issa até então.
Sempre quis ver isso, as minas chegando no mesmo nível que os caras, ou até melhores.

Poderia listar aqui uma pá de indiretas que percebi nesse som, mas a lista seria grande viu?
Então aconselho a ler a letra inteira na descrição do vídeo no youtube.
Alvos como Costa Gold e Mv Bill (traficando informação) ficaram nítidos.
Cachorro magro então, ficou com a moral em baixa nessa.
Sobrou até pro Emicida, pois quem não lembra do episódio da trepadeira?
Não podia esquecer de outro episódio que também deu o que falar, o do Filipe Ret falando de um tal de estrupo "não concedido".

Não é novidade pra ninguém o quanto o Rap é de fato machista, assim como o mundo. E esse é o melhor momento pra por tudo isso em questão e não deixar mais passar batido nenhum absurdo cuspido pelos mc's.
Um tapa na cara dos machos que acham que as minas só curtem love song ou que a participação das mc's no rap só cabem em refrão, foi lançado nesse som.
Que empoderamento feminino não é escolha deles também foi um aviso de respeito.
Elas definiram bem a cena, composta por "2 tipos de mc's, os misóginos e os machistas".

Podem avisar que a luta pela desconstrução do machismo enraizado no hip hop pode demorar, mas está acontecendo!